sexta-feira, 24 de março de 2017

Por que o medo de altura se o perigo está no chão? Parte I (Why the fear of heights if the danger is on the ground? Part one. )

Treinando no Jong
Quem me conhece bem sabe que costumo fazer muitas referências às artes marciais no meu cotidiano: os anos de Ving Tsun Kung Fu como discípulo do mestre Julio Camacho me doutrinaram a raciocinar em uma busca constante de paralelos entre o dia a dia e o que desenvolvo em prática. Por isso mesmo, em algum momento há pouco mais de cinco anos, percebi em minha vivência um forte sentimento de incompletude como estudante marcial, logo descobrindo que sua causa estava na completa ausência de experiência em alguma luta agarrada.



Eu e minha filha Ana no tatame


Sem poder ignorar a incômoda sensação e após uma longa conversa com um amigo faixa preta de jiu jitsu, resolvi buscar onde pudesse aprender a arte por ele recomendada e logo encontrei a Gracie Humaitá, academia de renome por sua referência mundial como local de surgimento e fomentação do Brazilian Jiu Jitsu.

 Nem a idade vencia o Grande Mestre Hélio 
Justamente quando estava começando a me aprimorar como lutador em pé usando cada vez menos força no Kung Fu, me foi um enorme desafio iniciar uma atividade tão intensa, aos trinta e oito anos de idade, um pouco acima do peso e com todas as restrições de elasticidade num ambiente tão inóspito pra mim quanto o tatame. No solo, dentro de uma distância tão crítica e lidando com situações tão desconhecidas, por vezes me senti no fim de uma pista de vôo, pronto para decolar pela janela da academia nas incontáveis raspagens que levei, ou submergindo em oceano profundo quando o cérebro quase desligava nos precisos estrangulamentos. Isso sem falar na atenção constante que precisava para dar os três tapinhas antes que alguém levasse meu braço pra casa.


Através dos valorosos conhecimentos transmitidos pelo meu mestre na arte suave e hoje amigo, Rolker Gracie, venho ampliando minha autoconfiança dentro do disputado esporte, em níveis que jamais cogitei alcançar. Tento então traduzir esta confiança nas minhas tomadas de decisão no dia a dia. Por meio do contato tão enriquecedor que tenho com a lendária família Gracie, tão respeitada por manter vivo o legado do refino de Grande Mestre Hélio Gracie para técnicas marciais milenares, e graças a meus incansáveis colegas de treino em nossas saudáveis disputas (incluindo a fantástica experiência de compartilhar esse momentos tanto com meu filho Pedro Henrique e minha filha Ana Luísa), minha paixão pelo Brazilian Jiu Jitsu aumenta exponencialmente a cada rola na arte que ganhou meu coração e que pretendo jamais parar de estudar
e admirar.
Recebendo com muita honra minha faixa roxa do mestre e amigo Rolker Gracie.

-----------------------------------

Me and my master Julio training

The ones that know me well are aware that I usually make lots of references to martial arts in my daily life. The years of Ving Tsun Kung Fu as disciple of the master Julio Camacho taught me to reason in a constant search for parallels between the day to day and what I develop in practice. That is why, at some point just over five years ago, I realized in my experience a strong sense of incompleteness as a martial student, soon discovering that its cause was inside the complete absence of experience in any grappling styl

Unable to ignore the uncomfortable sense and after a long conversation with a jiu jitsu black belted friend, I decided to search for a place where I could learn the art he recommended and I easily found Gracie Humaitá, a renowned gym for its world reference as a place of origin and promotion of Brazilian Jiu Jitsu.

Me and my daughter
Just as I was beginning to improve as a standing-up fighter by using less and less strength in Kung Fu, it was a huge challenge for me to start such an intense activity at 38 years old, a little overweight and with restrictions of elasticity in such an inhospitable environment as the mat. On the ground, within such a critical distance and dealing with such unfamiliar situations, for several times I felt at the end of a flight lane, ready to take off through the window of the gym during the countless sweeps I suffered, or submerge in deep ocean when the brain almost went off by the accurate chokes. Not to mention the constant attention I needed to pat three times before someone took my arm home.



Me and my son during training
Through the valuable knowledge transmitted by my master in the gentle art and nowadays friend, Rolker Gracie, I have been increasing my self-confidence within the disputed sport, at levels I have never thought to reach. I try to translate this confidence into my day-to-day decisions. Through the very enriching contact I have with the legendary Gracie family, so respected for keeping alive the legacy of Grand-Master Hélio Gracie's refining for millennial martial techniques, and thanks to my tireless training companions in our healthy disputes (including the fantastic experience to share those moments with both my son Pedro Henrique and my daughter Ana Luísa), my passion for Brazilian Jiu Jitsu increases exponentially by each combat in the art that won my heart and that I intend to never stop studying and admiring.



Reverencing Grandmaster Hélio Gracie after training